A notícia da aprovação da vacina e o início da campanha trouxe um balsamo, um certo respiro, nessa loucura que tem sido a vida num mundo pandêmico.
Eu li em algum lugar que as pessoas estão mais tristes e solitárias neste período de medo do Covid_19.
Eu não sei dizer se era um estudo científico confiável ou se era só bobagem de internet... Perdoem-me a preguiça, acabei não pesquisando a fundo. Penso até que concordei de cara com tal percepção e não quis nem desmenti-la.
Vi postagens que diziam: "Os relacionamentos se desfizeram durante a pandemia" , "Relacionamentos que não sobreviveram a 2020" ou "O mundo está mais triste e que a taxa de suicídio mundial aumentou durante a pandemia".
Parece que tudo isso foi resultado dessa vida meio sem viver... Nós estamos mais tristes?
Fiquei pensando que para as dores físicas, na maior parte dos casos, um analgésico basta. Nas dores emocionais terapia é o recomendado. E as dores da alma?
As dores do coração partido parecem atingir um nível além, serem tão profundas que parecem ter raízes grossas. Parece que elas nunca irão embora... Não há morfina que resolva um coração partido!
Prova disso foi a comoção de milhares de pessoas pelo divórcio de alguns famosos. As pessoas sentiram proximidade e compadecimento pela mulher absurdamente linda que foi deixada pelo cantor sertanejo. Em outro caso, os fãs parecem nunca superarem #brumar... Por que a gente se compadece tanto com o coração partido alheio?
Será que isso acontece por que sabemos que não há remédio para analgesiar essa dor ? Saber que o amor é território de dois e que não existem garantias de "felizes para sempre" para ninguém, nem para eles e nem para nós... Saber disso nos torna mais empáticos à dor do outro?
Não existe tratamento precoce e nem vacina para dores de amor, para os amores mal resolvidos, nem para os amores que nunca foram correspondidos, àqueles que ficaram apenas no coração de um só.
Dizem que um novo amor desmente o outro. Eu não sei se é isso. O que sei é que existe um buraco no coração de quem foi rejeitado, traído, abandonado e até de quem tomou a decisão de ir embora quando ainda não queria.
E o buraco dói.
Há momentos em que a dor irradia para todo o corpo e mata toda a produção de endorfina, o ânimo, a alegria e até a vontade de se alimentar.
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